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Qual o preço da autenticidade?

  • Foto do escritor: Leonardo Martins
    Leonardo Martins
  • 25 de nov. de 2018
  • 4 min de leitura

Essa semana eu estava conversando com uma colega minha, e ela me disse uma frase que me deixou bastante pensativo. A frase era “Muita gente não gosta de mim porque eu sou autentica.” Logo depois eu vi nos stories do instagram do Raiam Santos ele dizendo que tem muitos haters por ser autentico e por ter apoiado o Bolsonaro. Pensei, qual seria o preço da autenticidade? Ela traz mais ônus ou mais bônus? O que é melhor, ser autentico ou ser uma pessoa tida como “normal”?

Esse artigo eu escrevo até com uma certa propriedade, justamente porque a autenticidade dos meus textos foi o que me fez ter mais leitores do que eu achei que fosse ter quando comecei essa bagaça. Leitores esses aos quais eu devo desculpas por ter ficado 1 mês e meio sem publicar um artigo, deixei a vagabundagem tomar conta de mim. Mas isso passou, to de volta e espero que não tenham desistido de mim.

De fato ser autentico é algo que pra mim já deu certo, como no caso do blog. E deu errado em algumas áreas da minha vida, por eu ser o tipo de pessoa que não tenho o menor problema em falar abertamente o que eu penso e muitas vezes faço isso de uma maneira escrachada. Mas não vou ficar aqui falando de mim, a minha vida não é o foco aqui agora, se eu sair contando no blog ninguém compra minha biografia daqui há 30 anos, né?

Como de costume, não vou enrolar muito pra dar o papo reto. Ser autentico é mais lucrativo, te traz mais visibilidade e aumenta o seu poder de fazer networking. Porém, existem pessoas que não suportam o peso de ser autentico, prova disso é a quantidade de artistas, personalidades e empresários fodas que meteram uma bala na cabeça. Qualquer um que não tenha o mesmo pensamento da manada tem que estar preparado pra ser criticado, desmoralizado, taxado de louco e também virar piada.

No livro “O Poder do Habito” tem uma parte que fala um pouco sobre a historia do Paul O’Neill, e acho valido ela entrar nesse artigo que por mais que o que o livro tenha tentado passar era uma tese sobre hábitos angulares, eu tirei algumas outras lições dessa historia. O Paul O’Neill foi nomeado executivo chefe da Alcoa em outubro de 1987, Alcoa é uma empresa de alumínio dos EUA que fabrica os metais das latinhas da Coca Cola até alumínio dos rebites que sustentam os satélites.

Quando o O’Neill tomou posse do cargo, ao invés de ele fazer um discurso padrão de diretor executivo, falando sobre aumentar os lucros, reduzir custos entre outras coisas relacionadas ao mercado. Ele simplesmente falou o tempo todo sobre segurança do trabalho. Ninguém entendeu porra nenhuma, como um executivo chefe de uma grande empresa passa um discurso inteiro sem falar sobre mercado? A reação dos investidores ao discurso do O’Neill na época foi tipo a reação que a gente tem ouvindo os discursos da Dilma.

Na saída da conferencia os bancos de investimento ligaram para os seus clientes mandando tirar as ações da Alcoa porque eles tinham colocado um hippie maluco no comando e que ia afundar a empresa. Porém, sempre tem gente que aposta contra a maré e algumas pessoas resolveram apostar no O’Neill, eu nem preciso dizer qual foi o resultado disso tudo né? Quando o hippie maluco saiu do comendo da empresa, em 2000, ela tinha um faturamento liquido anual 5 vezes maior do que quando ele entrou. O cara que comprou 1 milhão de dólares em ações quando ele entrou, ganhou outro milhão em lucros de dividendos nos 13 anos em que o O’Neil ficou no comando, e o tal hippie maluco ainda colocou a Alcoa entre as empresas mais seguras do mudo pra se trabalhar, o índice de acidentes era 20 vezes menor que a media americana.

O cara virou piada, foi desmoralizado e ninguém botava fé, mas o fato de ele ter focado na segurança do trabalho foi justamente o que mudou tudo na empresa. Aí eu já entro na questão do habito, a empresa começou a produzir muito mais e com muito mais qualidade quando o índice de acidentes foi baixando. Não vou entrar em muitos detalhes, até pra vocês irem ler a porra do livro que é maneiro pra caramba. Mas se coloca no lugar de quem apostou no O’Neill, essa pessoa foi autentica e com certeza foi criticado por todos do seu meio de investimento. Imagina se esse cara tivesse se deixado levar pela pressão psicológica? Certamente ele não teria multiplicado o seu patrimônio.

Autenticidade é um dom, e na minha opinião, ela traz muito mais benefícios do que malefícios, pelo menos na minha visão eu to cagando se vão me criticar enquanto eu to fazendo algo fora do padrão da massa e principalmente se estiver lucrando com isso. Você que esta lendo isso agora, acha que a Geise Arruda fica incomodada quando fazem piada com ela? Provavelmente ela ficou bem puta (no sentido de estressada) quando fizeram aquela merda com ela la na faculdade por causa do vestido. Mas ela era autentica, e só precisou de 10 minutos de exposição na mídia pra se manter la até hoje e lucrar com isso. Acha que o Raffa Moreira fica puto quando alguém fala mal do estilo dele e da musica? NÃO! Ele mesmo diz em suas musicas que caga pros haters e o cara ta ganhando muita grana.

Uma coisa que aprendi vendo esses casos é que ser criticado é muito bom, ninguém que seja igual a todo mundo vai ser criticado porque esta no padrão da manada, mas quando você sai da caixa e é uma pessoa diferente, todos prestam atenção e muitos vão de odiar e te fazer de chacota, mas uma boa galera vai ter você como espelho. Trouxe exemplos diferentes em vários meios diferentes de como a autenticidade é lucrativa, mas tem seus preços. Na verdade eu poderia começar esse texto dizendo: “O que o Paul O’Neill, a Geise Arruda e o Raffa Moreira tem em comum.” Mas já tem um ex blogueiro e atualmente best seller da amazaon que começava alguns de seus artigos assim. E por mais que eu ache maneiro, se começasse assim não estaria sendo autentico.


 
 
 

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