Escola sem partido?
- Leonardo Martins
- 28 de nov. de 2018
- 3 min de leitura
Depois de um período eleitoral extremamente conturbado e polarizado, tem que ter um pingo de coragem pra vir dar opiniões de forma publica. Mas como meu ultimo artigo foi sobre autenticidade e eu disse que me considero autentico, não posso deixar de falar o que eu quiser.
Muito se discute hoje um projeto na câmara chamado “Escola sem partido.”. Se você mora em Marte ou no Acre e não sabe do que eu to falando, vou dar uma breve resumida na proposta desse projeto.
Bom, basicamente os deputados que propuseram essa PL alegam que a maioria dos professores são de esquerda e usam de sua posição de autoridade em sala de aula para poder influenciar os jovens a seguirem os seus pensamentos políticos e ideológicos.
O escola sem partido seria uma maneira de o estado restringir a tal doutrinação ideológica nas crianças. Nunca ficou bem claro quais seriam as formas de punir os professores que infringirem essa lei.
O fato é que o projeto é extremamente falho desde a sua ideia inicial. Primeiro ponto que vou citar não é nem o mais importante, mas como produtor de conteúdo eu tenho que deixar o melhor sempre no final, né?
Primeiro ponto é que é impossível controlar o que os professores falam ou deixam de falar. Porque? Numa sala de aula é proibido por lei o uso de aparelhos eletrônicos, e pra um aluno filmar ou gravar um professor doutrinador ele usaria um celular, descumprindo uma lei FEDERAL.
Mas eu não sou hipócrita, todo mundo usa o celular em sala e ninguém fala nada. Agora raciocina comigo, imagina se um professor da uma aula e um aluno grava uma parte da explicação, diz que ele esta doutrinando mas não filma a outra parte da aula onde ele mostra o ponto contrario. Seria muito fácil complicar a vida dos mestres.
O outro ponto que na minha visão é o mais importante é que essa merda é CENSURA! Eu apoio uma revisão no material escolar, por que realmente tem alguns matérias tendenciosos. Mas jamais vou ser contra um professor expor a sua opinião pessoal.
O grande erro do escola sem partido é que ele luta contra o pensamento politico nas escolas, sendo que o certo seria um “escola de todos os partidos”. Onde todos os pontos de vista são mostrados e os alunos tiram as suas próprias conclusões.
A escola é historicamente um ambiente politizado, sempre foi e sempre será. Ao invés de brigar para acabar eles deviam brigar pra estimular cada vez mais todos os pensamentos políticos la dentro, e se a direita não é forte dentro das escolas e universidades é por que ela nunca fez questão de estar presente nesses ambientes, pelo menos no Brasil.
Você deve estar se perguntando agora, “Esse cara votou no Bolsonaro e ta criticando uma das principais pautas dele.”. Sim, critico por que mesmo tendo votado nele eu tenho as minhas criticas. Porém mesmo com coisas que eu não ache certo, eu sei que o outro lado da disputa só tinha intensão em beneficiar os seus próprios interesses.
A direita não se conectou com os jovens e por isso ao longo dos anos perdeu espaço. E quando eles começaram a botar a cara pra falar com os mais novos eles venceram uma eleição. Não é difícil se conectar com as pessoas, a esquerda sempre fez isso. E esse é um dos motivos de acharem que ela faz essa doutrinação.
Quando só um ponto de vista se faz ser visto ele realmente se torna hegemônico, e é por isso que um escola sem partido não vai mudar, por que isso é a direita querendo não apenas se ausentar novamente, mas querendo também que todo pensamento politico saia das escolas.
Aumente a quantidade de pensamentos e faça com que um debate cresça, isso é extremamente importante pra formação de um cidadão. E a partir do momento que a direita se fizer presente, ela não terá que se preocupar em censurar outras formas de pensamento, o que ela fará é vence-las num debate.

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